TEIA
Quando me lembro de ti ,
Na doce sombra da lua !
Sobre o azul da noite crua ,
Naquela tão nossa rua
Onde não mais te vi .
Envolta em panos ateus ,
Deitada sobre um altar ,
Venho a teus pés repoisar ,
Um ultimo suspiro um olhar ,
Na partida , num adeus !
Segura daquilo que não és ,
Num fugàz castigo do orgulho ,
Na indiferenca , um embrulho ?
Veneno atróz de tortulho ?
Em meu navio sem marés ?!
Tinhas a alternativa na teia .
A vida , não a soube tecer ,
Tu , não quiseste escolher ,
Eu ? ... Enfim não quis perder ,
Este amor que devaneia ...
Breve foi a nossa era ,
No tanto que hà pr’àprender !
Amar , sentir e viver ,
Nem mesmo pudeste ver ,
Um querubim de quimera !
Pensava , tão louco ser fornido ,
Por ser assim tão acorado ,
Hoje sou um sinuoso magoado ,
Por te amar e não ter fado ,
De tu te fadares comigo .
Talvez a intrépida sem espaços ,
Ou ... a jovial teia da vida ,
Me traga a perene perdida ,
Num dos caminhos sem saida ,
Para obitar em teus braços...
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