sexta-feira, 22 de outubro de 2010

CLQUE AQUI/ MEU PRIMEIRO LIVRO

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  NÃO ESCREVO AO ACASO

Suspendo as desilusões perfidas, mentirosas
com a galhardia que provem das lentes
sacudo a poeira mungindo das prosas
um sopro de raivas que mordo nos dentes.
Queria guardar do mundo o saber
e numa só linha me poder escrever.

Mergulho imolado nos olhos sabidos
e bebo  palavras de grandes autores
me encharco nos livros de tempos antigos
procurando avido “petalas de flores”
nós somos o aqui o hoje, o agora
lendo, fazendo e escrevendo a historia.

Um dia mais tarde vão ler-nos os dias
procurar por nós como pensamentos
vão sugar as letras que escrevemos frias
em tantas poesias que foram alento.
Acredito nos sonhos, que esbocei a giz
e sorrio em quadros, sorrio feliz.

Regensburg
Beija-flor

domingo, 26 de setembro de 2010

coisas tão nossas

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COISAS TÃO NOSSAS

Esta herança de saudade, este sofrer
talhando em belos rostos a escultura
donde veio impertinente esta amargura
que me dão sem perguntar se quero ter?

E no nascer da aurora mal fadada
cresce na alma, entrelaçada hera
e beijo os labios duma boca que não espera...
ái quem me dera,
não ter a vida traçada!

Junto minhas penas ás da guitarra
neste chorar triste que me dá a mão
e testemunho o soluçar que nos desgarra...
como é bizarra
nossa solidão!

E o povo nas lezirias da má sorte
vai lavrando gestos frios de metal
numa concepção sofrida que suporte
este querer, este viver que é abismal.
Donde vem, porque é tão estranha?
que parente tão lacrimal
te deu a tristeza tamanha
e te chamou Portugal?

Regensburg
12-08-2010
Beija-flor

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

LEVA-ME PARA CASA

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LEVA-ME PARA CASA

Afluem-me nos dedos sobre rugas

As sustidas papoilas da minha infância
Saudades verdejantes de paisagens mudas
Dum tempo imaculado de criança.
Nos olhos tinha o sorriso bem vincado
Que fui deixando nas paragens apeado.

Enjaulado, trago em mim um manto vasto
Que rompia abarcando a madrugada
Levando pela fresca o gado ao pasto
Partilhando com eles a orvalhada.
Entre um ninho e uma cabra que berra,
Fui nascendo eu, naquela serra.

Quantos sonhos lavrei naquele montado
Tomando banho na cascata da pequenez?
Quantas bocas desejei, que em pecado
Me extorquissem de inocente, a trepidez?
Quantos gritos mudos malhados na eira
Correm perdidos no vale verde da ribeira?

Porque não sou apenas semente de trigo,
Nascendo entrelaçada na carqueja?
Esperando em braços a foice do castigo
Levando a dor febril que em mim sobeja!
Trago na boca os sabores que me consomem
Daquele lugar onde cresci, me tornei homem.

Não contenho mais em mim a atrocidade
Desta maré sagaz que me desterra
Vive em mim um querer, porque é verdade
A vontade de voltar à minha terra!
Mesmo trôpego e de asa calcinada,
Não me abandones vento,
E leva-me para casa.

Regensburg
19-06-2010
Beija-flor


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

NA TERRA DOS OSSOS

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NA TERRA DOS OSSOS

No começo do fim há quem me fale
Das noites esgaçadas em dias barrentos
Mirando de perto, sorvendo o missal
Da história do tempo tão lento e brutal.
E lançam-se preces nas asas dos ventos
Em covas sombrias se choram lamentos
Por nascer da morte mais um funeral.

E na terra dos ossos se planta a semente
Se rega com rezas se enfeita de drástico
Gravadas na pedra ficarão para sempre
O nome e os anos vividos do ente.
Chora-se a perda dum valor fantástico
Em lágrimas secas de farsa e de plástico

As tábuas se cobrem em negro mistério
Na terra se encerram segredos colossos
Termina da vida o que foi um império
No mundo dos sonhos, na terra dos ossos.


Regensburg
14-06-2010
Beija-flor

segunda-feira, 14 de junho de 2010

TÃO PERTO DO FIM

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TÃO PERTO DO FIM

Deixa correr os desígnios, tempestades
A rasgar no horizonte os fins insanos
As flores selvagens nascem da saudade,
E morrem nos pinhais dos verdes anos.
Procuram passagem, furando cantigas
Nos beijos da noite, das noites antigas.

No gume do espanto, resiste o herói
Um génio da estrada, buscando firmeza
Nos passos doridos da vida que dói
Em montes aos montes de mera tristeza.
São tantas nem sei, estradas de mim
Te vendo à distância, tão perto do fim.

E caiem poemas dos braços despidos
Da fome dos sonhos, o verde escolhi
E a raiva se cala mordendo os sentidos
No pudor de teus lábios, ardentes garridos
No alto do alto, ao cimo de ti.

Os penhascos se erguem no céu de ametistas
Usando o desejo à beira da dor
Ficaram as perdas de minhas conquistas
Como sombra breve que foi teu amor.
Eu escrevi a lenda da fada encantada
Que não teve o fado de a mim ser fadada.

Sabes-me o cansaço, o meu ponto fraco
Contei-te meus sonhos, meus medos, meu querer
Falámos aos copos em honra de Baco
Bebedeiras frémitas, em dores de morrer.
Ainda te vejo lá longe distante
Tão perto do longe de seres triunfante.

Ainda te vejo no fundo do tempo
Tão fundo e profundo no fundo de mim
Tão grande e tão curto se fez o momento
No tempo do tempo de chegar ao fim.
Te afastas na brisa do vento que corre
Partindo e matando o que em mim não morre.

Regensburg
11-06-2010
Beija-flor

terça-feira, 18 de maio de 2010

ASSIM NASCEU UM NOVO AMOR

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ASSIM NASCEU UM NOVO AMOR

Entranha-te na minha pele com harmonia
Numa ânsia vernácula, de ti provindo
O odor inebriante da relva macia
Bailando ao vento como ARPA luzidia
Sobre esse olhar retorquindo,
Que devagar
Me vais despindo.

De longe sopra, desmandado o vento
E esta noite sedenta não tem dono
Avança no meu corpo bolorento
Põe-te nua nesta sede, que é chamamento
E faz-te nos meus braços abandono.

Corre, arrisca, não tentes te deter
Galopa, esmaga tua boca sobre a minha
Não deixes o respiro interromper
Este mudo rezar em ladainha.
Quero que lavres em mim como um rio
Nessa altivez emaranhante do teu cio.

Mergulha no jardim dos meus pecados
Sussurra-me esse querer que é estridente
A dança efervescente dos segredos
Desvendados no silêncio dos meus dedos
Que guardaste no diário de teu ventre.
Assim nasceu um novo amor
Chamado talvez saudade
Nas asas do Beija-flor.

Regensburg
17-05-2010
Beija-flor



quinta-feira, 29 de abril de 2010

QUERO-TE MINHA

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QUERO-TE MINHA

Chegaste ímpia, numa primavera abissal
Tenra e fresca, minha relva estonteante
Borbotavam de teus olhos em espiral
Fontes ancestrais de diamante.
Entoou o golpe alarde da bigorna
Na cascata dos desejos que te adorna!

Em ti cresciam raios bélicos de sol
Cobrindo os montes suspirantes do meu fim
Ousei querer prender-te com um anzol
Guardar e conservar-te no meu peito com formol
E venerar-te eternamente atada a mim.

Soubera eu entrar em ti secretamente
Decifrar-te os pergaminhos e as vontades
As emoções que arrastas displicente
Provocando em mim cumplicidades.
Humilha-me, maltrata-me, espezinha
Mas diz-me uma só vez, que vais ser minha.

O amor chegou ladeado de poesias
E deitou por terra as minhas teorias.

Regensburg
29-04-10
Beija-flor 


sábado, 24 de abril de 2010

RAFAELA

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    RAFAELA


Tem tecida a alma em linho
Corpo pintado de aguarela
As asas, são dum anjinho
Ao qual chamei:
RAFAELA
Teu sorriso é uma ternura
Levando de mim a noite escura.
No alto céu a lua se ergueu
Num mar de espuma incolor,
Brotou a vida, nasceu
O fruto do nosso amor.
Mais veloz que um foguetão
Bateu a preceito e compasso,
Enchendo de alegria o coração
Que criaste em teu regaço.

Assim nasce em mim a vida
Porque te amo filha querida.

Que força maior, não sei explicar
Que sensação me invadiu,
Quando te peguei nos braços
O meu coração explodiu.
Se inunda o meu olhar de emoção
Cada vez que ao teu encontro vai
Palpita a descompasso o coração
Quando murmuras em voz meiga
“Gosto de ti Pai”

O amor sempre perdura
Após mil estações de encanto,
Como teu olhar de ternura,
FILHA,
Amo-te tanto!

Regensburg
24-04-10
Beija-flor

quinta-feira, 22 de abril de 2010

DUETO BEIJA-FLOR/ROSAFOGO

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VENDAVAIS DE ALENTO

Minhas mãos hoje sofrem de solidão
Negam-se a escrever palavras tristes
E de pronto também meu coração
Me pergunta: porque insistes?
Estará minha lucidez vazia?
Na minha alma o vento assobia
Será solidão apenas?
A noite me traz escuridão.
Minhas mãos estão serenas.

Meu rosto triste molhado
Lá fora caem do céu lágrimas tristes
E meu coração pergunta: porque insistes?
Pouco a pouco docemente, num silêncio gelado
Chega a noite e o sono se desfaz
Nas dobras do lençol a teu lado
Encontro paz!
E sem precisar dizer
Invades meu sonho e todo o meu ser.

Rosafogo

Teu coração um porto de chegada
Barcos na bruma ansiando aquele farol
Segue meu peito amor de tudo amor de nada
Quebra o silêncio dessa lágrima ancorada
E deixa rebentar em mim o teu paiol.
Perde-te comigo assim, apenas
Na cratera incandescente dos vulcões
Pedaços que não cabem nos poemas
Que sem dilemas,
Nascem das mãos.

Quantas vidas na tez do semblante
Morreram na praia, na esteira do medo?
Choro por dentro um amor distante,
Vaga-lume confuso mas não o bastante
Para cerrar em mim este amor vinhedo
De aroma e de corpo no tarde e no cedo
Que tenho em meu peito e é teu diamante!
O sono não chega na noite que lavra
Eu venho a galope nas asas do vento
Invado teus sonhos sem uma palavra
Pintando de cores teu olhar cinzento.

Os anos contigo serão na memória
Vendavais de alento
E dias de gloria
Marcados no tempo
Gravados na história.

Beija-flor

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=129403&com_mode=thread&com_order=1&com_id=496826&com_rootid=496783#ixzz0lpMonqgs
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

AS NOITES DE MIM


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AS NOITES DE MIM

Assombram-me os véus rendados
Duvidas duma crónica existência,
Tormentos libertinos espalhados
Sonhos penosos, ancorados
Em marés de penitência.

A face negra da noite se destapa
Em vielas soluçantes de croché,
E a sede romancista que me mata
Levemente da garganta se desata
Em venenos de tabaco e de café.

Irrompe num esgar quase sem dor
Imbuído na paisagem irrequieta
Na mente, troa um rufo inspirador
Sopro confuso, talvez amor
Tocando o coração deste poeta.

Regensburg
16-04-10
Beija-flor



quarta-feira, 14 de abril de 2010

FELIZ(BELA)

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FELIZ(BELA)

A poesia quase sempre é bela
Mas Feliz(bela) era-o sempre.
Por mais tenros que fossem os rebentos cobiçosos do seu joio
Nela nascia em sobressalto a madrugada.
Face esculpida de salpicos esguios
Atirados ao acaso numa tela nua,
Irrevogavelmente virgem,
aguardando avidamente e em frenesim
a consumação aterradora daquele desejo insâne.
Tinha olhos rubros e roliços,
Duma adrenalina impaciente e descomensurada
Incomodando o resmungar do desespero .
Invocava-me o desiquilibrio, exibindo as garras, leoa no cio,
Fúnebres e tentadoras me elegendo como presa.
Em Feliz(bela) nascia o místico rio dos meus pecados,
Inundando de paisagens livres e verdejantes meu olhar.
Erguia-se no ar em suas patas destrutivas,
O garanhão do tempo das colheitas.
Sentia nela a força de me querer homem e macho,
Liberto das amarras, despojado de defesas e irado num corpo másculo
De virilidade infinda,pra que pudesse tatuar-me a sangue,
O que guardara tempo demais na arca dos desejos .
Era chegada a hora fraca dos corpos nus,
Que em galopeios de loucura enalteciam,
O degustar soberano daquela virgindade.

REGENSBURG
13-04-10
BEIJA-FLOR

quarta-feira, 7 de abril de 2010

ARROZ COM FEIJÃO

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ARROZ COM FEIJÃO

Hoje comi arroz com feijão com a mesma avidez comichosa dum vagabundo
procurando perdidamente as coordenadas da sua quase inexistente existência..
Deliciei com maduro os bagos agres do vinho,
pisados em romarias fermentadas pelos rostos do trabalho árduo,
dignificando as flores banidas pelos montes,
sonhos perdidos no barbear do lume atroz.
Arroz com feijão e um punhado de beatas na lareira,
crepitando os sons mórbidos de tantas noites fechadas no porão obscuro da sapiência.
Se o Sol frenético vier beijando as clorofilas num gole de vida,
se a chuva inundar de força e gratidão os caules secos e
o deus maior me der sem tréguas um pouco de chão bom pra me espraiar,
terei a rodos feijão e arroz, pra me banquetear em festins soberbos de “Alzheimer “e solidão.
Nascemos todos dum mesmo firmamento,
com uma máxima escrita nas linhas do saber...
Aprender
É lembrar...
Ensinar
É mostrar aos outros que sabem tanto como nós ..


Regensburg
06-04-10
Beija-flor



terça-feira, 6 de abril de 2010

DUETO DE EMOÇÕES


                      
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                       DUETO DE EMOÇÕES

\"Em vez de palavras ofereceste-me uma pedra. deslizei para o chão e senti na cabeça apagada o som de Bob Marley. Não sei quanto tempo fiquei na soleira da porta, aguardando uma qualquer resolução.
Dizimei o trigo e o incenso e fechei a mão sem ponto cardeal no cabelo perdido do silêncio. desfiz as malas das palavras mutantes das lajes, e imolei-me na lua vermelha como bola de fogo que esculpi no sangue quebrado do sono

Como bala certeira e invisível me cruzaste os dogmas, guilhotina de silêncios destilados em soberbos chicotes de raiva, tumbas floridas pelos lilases das minhas emoções.
Quis beber desse fogo ardente nas cearas fulgurantes da musica auspiciosa que te corria no espanto, acordar-te do sono fútil dessa frieza crua, cruel e desordeira.
Deambulei tricotando o áspero dos dias, numa fome mortífera e metamórfica, esperando em gemidos espremidos não sei quantos milagres, que julguei apresentarem-se ali, nas cavernas aprisionadas da soleira da porta.

Sabia-te enlutado na escarpa calcinada da chuva enquanto eu não passava dum betume encurralado de corcel. Abri a cauda frenética da porta do enxofre e vi o teu olhar como peixe de musgo disfarçado de vinho. Estendi-te a mão na lâmpada clandestina do poema e cosi-te as mãos rasgadas de desordem. Como ímpeto de converter a terra ressequida, enterrámos o fumo da seiva na cal da vaga e mudámos a cor da espiga no papel do pássaro, na vontade de existirmos como espasmo gótico da humanidade"
EDUARDA /BEIJA-FLOR
 05-04-10

sábado, 3 de abril de 2010

SOLIDÃO É UM LUGAR

Image and video hosting by TinyPicSOLIDÃO É UM LUGAR

Fiquei preso a uma nesga de céu,
contemplando a gestação das estrelas que surgem do nada,
como por magia.
Amarrei meus medos
nos tentáculos mais ofuscantes daquele céu, esperando que a vigorosa madrugada
nos prenúncios verdes dos pinheiros,
os levasse num safanão,
para esse lugar onde as estrelas diurnam...
Parece terem passado eternidades em dilemas rodopiantes.
Quero aspirar o som da maresia,
beber todos os segredos que há na terra,
esculpir sorrisos no vento e
escrever poesia nas ondas do mar.
Quero a força dos tremores auspiciosos das entranhas da terra,
sacudindo o meu corpo adormecido sem forças para voar...
Que estupidez,
Quem me disse que podia voar,
bem,esse...
Nunca me levou aos céus,
e as promessas foram crenças agarradas às rédeas duma nequícia esperança.
Aqui estou abandonado,
(se alguma vez tive companhia) e despojar-me-ei das setas sangrentas que me rasgam o orgulho.
Como doem estas malditas feridas...
Como sardas salpicadas no rosto dum Deus maior, vão nascendo uma a uma,
no céu da minha ilusão!

Estou aqui sozinho,
Porque a solidão não é um tempo,
É um lugar.

Beija-Flor
03-04-10
Beija-flor

quarta-feira, 31 de março de 2010

PRISIONEIRO DA POESIA

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PRISIONEIRO DA POESIA

Quero enclausurar-me,
Suspenso nos cabos dilacerantes do sábio tempo.
Deixem-me uma nesga de céu para contemplar,
Nestas pérfidas masmorras da penitência,
Casto castigo numa autenticidade impiedosa e sem escrúpulos
Ah, Meu deus,
Sei que será tarde,
Quando a foice cintilante da morte me beijar,
Sinto mumificarem-se os rios,
Secando planaltos estendidos em sonhos e convicções.
Dizei-me poetas das arábias,
Que ventos se levantam,
Rasgando feridas ácidas nos ventres inférteis dos sentidos?
Libertem-me de tudo o que me enoja de ser homem,
Neste marasmo que não ousei sequer desejar!
Bastar-me-á pão e água e o dom da palavra pra erguer a igreja onde sou Deus.
Não me tirem as logorreias de poesia que me trespassam o corpo e explodem nos meus lábios como lava incandescente dum vulcão.
Não me tirem a poesia,
Que respira em mim por cada poro,
Apenas me impeçam de escrever poesias tristes,
Porque essas...
Ah, Meu Deus,
Essas, dói tanto vivê-las...

Regensburg
30-03-10
Beija-flor



segunda-feira, 29 de março de 2010

MANJAR DE DEUSES






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MANJAR DE DEUSES

Marinei pacientemente o coração
Para que apurasse bem aquele sabor,
Temperei a preceito e com paixão
A refeição
Do nosso amor.
Cortei umas rodelas de loucura,
Piquei um raminho de prazer,
Deixei o desejo levantar fervura
E a doçura
Lentamente derreter.
Salteei em lume brando a fantasia
Lancei uma pitada de carinho,
E pra que não esturrasse a fantasia
Com alegria
Misturei vinho.
Apurei com meu olfacto esta fragrância
Reduzi a temperatura prà apurar,
Deixei gratinar bem a confiança
Na esperança
De te agradar.
Decorei por fim e a preceito,
A travessa em fios de linho,
Manjar dos Deuses num leito,
Perfeito
E com bom vinho.
Iguaria que jamais alguém julgou
Servido com elegância em acepipe,
Não me bastou,
Mas aguçou
Nosso apetite.

Regensburg
25-03-10
Beija-flor


sábado, 27 de março de 2010

BREVE VISÃO

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BREVE VISÃO

Espreguiçou-se calma esta madrugada

Aconchegando marasmo aos sargaços,
Entoando beijos na praia ancorada
Numa maré cheia, mas cheia de nada,
Tacteei o sussurro dos teus passos.

Abandonei-me ali, mãos destemidas,

Inventado mil pedaços de lonjura,
Perdendo o freio, lambendo as feridas,
Furando o tempo, rasgando vidas
Numa breve nesga da loucura.

Trazias Tágide, ornamento nos cabelos,

Dum desassossego, ninguém adivinha.
Quis colher nos lábios teus marmelos
Içar bandeiras, conquistar castelos,
E coroar-te minha rainha.

Regensburg

24-03-10
Beija-flor

terça-feira, 16 de março de 2010

CINZENTO


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CINZENTO

Sou um passo inseguro
Andar informal, desleixado,
Apenas um risco no muro
Pelos tempos tricotado.
Sinto pisadas na estrada,
Sofridas marcas no chão
A essência elaborada
Pelo destino, prisão!
Anseio o cheiro do pó
Num teimar tão assolado.
Na boca, sabor sem dó
Do teu corpo desvendado!
Assim me acho, recluso
Beijando a chuva caída,
Nesta janela sem uso
Que deduzo,
Seja a vida!

Regensburg
16-03-10
Beija-flor



domingo, 14 de março de 2010

NADA MUDA

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     NADA MUDA

Embosquei-me na praia
Deitado no espanto,
Gaivotas na faina
Roubando o encanto!
Barcos inertes,
Ao relento
Rasgando a areia,
E solta no vento
Vinha a maré cheia.
Pensei numa tela
Pintar por capricho,
A imagem bela
Fundida no lixo.
Choveram mil horas
Desde que aqui estou,
Molhado em demoras
E nada mudou.

Regensburg
14-03-10
Beija-flor


quarta-feira, 10 de março de 2010

CICATRIZ

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               CICATRIZ

Neste mar onde a saudade não míngua,
Formosas crinas de cavalos a galope,
Inventar novas palavras, outra língua,
Desventura renascida da má sorte!

Nas rochas negras me embrenho,
Lançando lágrimas a esta imensidão,
Juntando a dor profunda ao Mar tamanho,
Que em silêncio são a minha multidão!

Ninguém escreveu nos versos do destino,
Que cruzavas caravela, este meu Mar,
Baralhando as vagas densas do divino
Amor que tenho e não tenho a quem o dar.

Deixa-me embalar mesmo sem sono,
No horizonte deste azul em correria,
Abafando o desespero e o abandono,
Que me deste meu amor, eu não queria.

Há momentos que em nós são eternidade,
Talvez sonhos de sustento e de suporte,
Tu foste o sonho dum momento sem idade,
Que me fez amor por ti, voltar da morte!

Regensburg
10-03-10
Beija-flor