
PRISIONEIRO DA POESIA
Quero enclausurar-me,
Suspenso nos cabos dilacerantes do sábio tempo.
Deixem-me uma nesga de céu para contemplar,
Nestas pérfidas masmorras da penitência,
Casto castigo numa autenticidade impiedosa e sem escrúpulos
Ah, Meu deus,
Sei que será tarde,
Quando a foice cintilante da morte me beijar,
Sinto mumificarem-se os rios,
Secando planaltos estendidos em sonhos e convicções.
Dizei-me poetas das arábias,
Que ventos se levantam,
Rasgando feridas ácidas nos ventres inférteis dos sentidos?
Libertem-me de tudo o que me enoja de ser homem,
Neste marasmo que não ousei sequer desejar!
Bastar-me-á pão e água e o dom da palavra pra erguer a igreja onde sou Deus.
Não me tirem as logorreias de poesia que me trespassam o corpo e explodem nos meus lábios como lava incandescente dum vulcão.
Não me tirem a poesia,
Que respira em mim por cada poro,
Apenas me impeçam de escrever poesias tristes,
Porque essas...
Ah, Meu Deus,
Essas, dói tanto vivê-las...
Regensburg
30-03-10
Beija-flor
ola anjo amigo
ResponderEliminarestou encantada escreves poisais e digo-te esta maravilhoso e encantador
tens na alma os sonhos,
no coração a bondade,
nos olhos a paisagem,
nas veias o teu sangue
é corre poisai,
nas tuas mão transformas,
esse linda poisai um beijinho
recheado de carinho!! adoro-te
fica bem xauuuuu
É tão gostoso o cheiro da poesia aqui neste lugar...
ResponderEliminarParabéns!!!
Eu já sigo vc!
Fico surpresa com esse tipo de poema. É lindo!!!e tem uma essencia q nos obriga a ler até o fim,ñ é de fácil compreensão mas consigo extrair sua beleza creio eu.
ResponderEliminarParabéns.
Te deixo a minha feliz Páscoa com muito amor e muita paz.
beijokas.
paixão e a mãe (miniconto)
ResponderEliminarO escarro do soldado escorre por sua face. Ela ali aos seus pés chora compulsivamente. O seu menino estremece de dor. Ainda ontem, ela o procurava entre os amigos. “Onde está o menino? Onde está meu filho?” No templo sentado entre os doutores da lei, o menino os surpreendia com a sua inteligência. A mãe orgulhosa o retira pelas mãos. Uma gota de sangue cai do seu pulso chagado, ela a ampara com as mãos. Como mãe, você, Maria, o acarinhou, beijou, ninou, lavou suas roupas,... O que fazem com o seu menino? Nas bodas de Canã, o canto, a dança toma conta de todos os convidados. Você, Jesus está alegre, dança com um copo de vinho na mão. A mãe, na cozinha ajuda na preparação dos alimentos. Esta preocupada, o vinho está no fim e a festa ainda está na metade. “Filho, o vinho está acabando!” “Mãe, não chegou a minha hora.” “Façam tudo que ele mandar.”. A água fica com gosto de vinho. A festa continua pela madrugada. As cãibras percorrem seus músculos. A dor intensa do filho sufoca o peito da mãe. O crucificado respira fundo e grita seu último clamor. "Padre, nelle tue mani consegno il mio spirito!" Um soldado atravessa uma lança entre o quinto espaço das costelas, enfiando para cima em direção ao pericárdio, até o coração. “Meu filho! Meu filho como posso ficar sem você. Quero carregá-lo em meus braços. Meu filho! Não está mais respirando? Meu filho, vocês o mataram! Assassinos!” Maria della Pietà, la Madre Addolorata, Madre di Cristo!” “Maria, Pietá, Mãe das Dores, Mãe do Cristo!”
Feliz Páscoa a todos os leitores deste blog
Abraços Poéticos Piracicabanos de Ana Marly de Oliveira Jacobino
Olá amigo,
ResponderEliminardesde já agradeço o poema. Mais uma vez impressionaste-me com o que escreves. Como impressionas sempre.
Este poema do "Prisioneiro da Poesia" está tão bom que não há palavras para o descrever mesmo.
Desejo-te uma BOA PASCOA, bem mereces.
beijinhos.