
PRESO A TI
Liberta-me das raízes,
Na alvorada do despertar,
Rasgos de cicatrizes
Latejantes a magoar.
Não me roubes o sorriso,
Que uso como improviso.
Não me acuses da demora,
Na sedução que crepita,
Lenço que ainda chora
Nesta angustia tão aflita.
Não destruas a imagem,
Que moldei contra a coragem.
Junta-me as cinzas espalhadas
Sopro invisível no escuro,
Beija-me com vergastadas
Pois deste amor não me curo.
Saudade é sempre um lugar,
Que de ti eu vou guardar,
Desta alma, negra rosa,
Secando contra o calor,
Quero a paixão gloriosa
A bússola do teu amor.
É neste estático querer,
Que por ti volto a nascer.
Reordena-me os sentidos,
Estilhaçados na loucura,
Galera de mastros partidos
Numa noite sempre escura.
O preço do meu sofrer...
Amar amar e não te ter...
Regensburg
11-02-2010
Beija-flor
Amar sem ter...e não é isso que quem ama consegue sempre fazer? Sem esperar, sem pedir, sem decidir se é melhor ficar ou partir...Mas não é o amor a essência da nossa incerta existência? Com dor, com sorriso, ele molda o nosso ser, mas afinal poior que sofrer é não saber amar...não saber viver! Lindo este poema amigo...como todos!!! Beijinho terno desta tua amiga***
ResponderEliminaramar e não ter...um imenso sofrer! BEIJINHO
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