quinta-feira, 29 de abril de 2010

QUERO-TE MINHA

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QUERO-TE MINHA

Chegaste ímpia, numa primavera abissal
Tenra e fresca, minha relva estonteante
Borbotavam de teus olhos em espiral
Fontes ancestrais de diamante.
Entoou o golpe alarde da bigorna
Na cascata dos desejos que te adorna!

Em ti cresciam raios bélicos de sol
Cobrindo os montes suspirantes do meu fim
Ousei querer prender-te com um anzol
Guardar e conservar-te no meu peito com formol
E venerar-te eternamente atada a mim.

Soubera eu entrar em ti secretamente
Decifrar-te os pergaminhos e as vontades
As emoções que arrastas displicente
Provocando em mim cumplicidades.
Humilha-me, maltrata-me, espezinha
Mas diz-me uma só vez, que vais ser minha.

O amor chegou ladeado de poesias
E deitou por terra as minhas teorias.

Regensburg
29-04-10
Beija-flor 


sábado, 24 de abril de 2010

RAFAELA

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    RAFAELA


Tem tecida a alma em linho
Corpo pintado de aguarela
As asas, são dum anjinho
Ao qual chamei:
RAFAELA
Teu sorriso é uma ternura
Levando de mim a noite escura.
No alto céu a lua se ergueu
Num mar de espuma incolor,
Brotou a vida, nasceu
O fruto do nosso amor.
Mais veloz que um foguetão
Bateu a preceito e compasso,
Enchendo de alegria o coração
Que criaste em teu regaço.

Assim nasce em mim a vida
Porque te amo filha querida.

Que força maior, não sei explicar
Que sensação me invadiu,
Quando te peguei nos braços
O meu coração explodiu.
Se inunda o meu olhar de emoção
Cada vez que ao teu encontro vai
Palpita a descompasso o coração
Quando murmuras em voz meiga
“Gosto de ti Pai”

O amor sempre perdura
Após mil estações de encanto,
Como teu olhar de ternura,
FILHA,
Amo-te tanto!

Regensburg
24-04-10
Beija-flor

quinta-feira, 22 de abril de 2010

DUETO BEIJA-FLOR/ROSAFOGO

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VENDAVAIS DE ALENTO

Minhas mãos hoje sofrem de solidão
Negam-se a escrever palavras tristes
E de pronto também meu coração
Me pergunta: porque insistes?
Estará minha lucidez vazia?
Na minha alma o vento assobia
Será solidão apenas?
A noite me traz escuridão.
Minhas mãos estão serenas.

Meu rosto triste molhado
Lá fora caem do céu lágrimas tristes
E meu coração pergunta: porque insistes?
Pouco a pouco docemente, num silêncio gelado
Chega a noite e o sono se desfaz
Nas dobras do lençol a teu lado
Encontro paz!
E sem precisar dizer
Invades meu sonho e todo o meu ser.

Rosafogo

Teu coração um porto de chegada
Barcos na bruma ansiando aquele farol
Segue meu peito amor de tudo amor de nada
Quebra o silêncio dessa lágrima ancorada
E deixa rebentar em mim o teu paiol.
Perde-te comigo assim, apenas
Na cratera incandescente dos vulcões
Pedaços que não cabem nos poemas
Que sem dilemas,
Nascem das mãos.

Quantas vidas na tez do semblante
Morreram na praia, na esteira do medo?
Choro por dentro um amor distante,
Vaga-lume confuso mas não o bastante
Para cerrar em mim este amor vinhedo
De aroma e de corpo no tarde e no cedo
Que tenho em meu peito e é teu diamante!
O sono não chega na noite que lavra
Eu venho a galope nas asas do vento
Invado teus sonhos sem uma palavra
Pintando de cores teu olhar cinzento.

Os anos contigo serão na memória
Vendavais de alento
E dias de gloria
Marcados no tempo
Gravados na história.

Beija-flor

Ler mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=129403&com_mode=thread&com_order=1&com_id=496826&com_rootid=496783#ixzz0lpMonqgs
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

AS NOITES DE MIM


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AS NOITES DE MIM

Assombram-me os véus rendados
Duvidas duma crónica existência,
Tormentos libertinos espalhados
Sonhos penosos, ancorados
Em marés de penitência.

A face negra da noite se destapa
Em vielas soluçantes de croché,
E a sede romancista que me mata
Levemente da garganta se desata
Em venenos de tabaco e de café.

Irrompe num esgar quase sem dor
Imbuído na paisagem irrequieta
Na mente, troa um rufo inspirador
Sopro confuso, talvez amor
Tocando o coração deste poeta.

Regensburg
16-04-10
Beija-flor



quarta-feira, 14 de abril de 2010

FELIZ(BELA)

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FELIZ(BELA)

A poesia quase sempre é bela
Mas Feliz(bela) era-o sempre.
Por mais tenros que fossem os rebentos cobiçosos do seu joio
Nela nascia em sobressalto a madrugada.
Face esculpida de salpicos esguios
Atirados ao acaso numa tela nua,
Irrevogavelmente virgem,
aguardando avidamente e em frenesim
a consumação aterradora daquele desejo insâne.
Tinha olhos rubros e roliços,
Duma adrenalina impaciente e descomensurada
Incomodando o resmungar do desespero .
Invocava-me o desiquilibrio, exibindo as garras, leoa no cio,
Fúnebres e tentadoras me elegendo como presa.
Em Feliz(bela) nascia o místico rio dos meus pecados,
Inundando de paisagens livres e verdejantes meu olhar.
Erguia-se no ar em suas patas destrutivas,
O garanhão do tempo das colheitas.
Sentia nela a força de me querer homem e macho,
Liberto das amarras, despojado de defesas e irado num corpo másculo
De virilidade infinda,pra que pudesse tatuar-me a sangue,
O que guardara tempo demais na arca dos desejos .
Era chegada a hora fraca dos corpos nus,
Que em galopeios de loucura enalteciam,
O degustar soberano daquela virgindade.

REGENSBURG
13-04-10
BEIJA-FLOR

quarta-feira, 7 de abril de 2010

ARROZ COM FEIJÃO

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ARROZ COM FEIJÃO

Hoje comi arroz com feijão com a mesma avidez comichosa dum vagabundo
procurando perdidamente as coordenadas da sua quase inexistente existência..
Deliciei com maduro os bagos agres do vinho,
pisados em romarias fermentadas pelos rostos do trabalho árduo,
dignificando as flores banidas pelos montes,
sonhos perdidos no barbear do lume atroz.
Arroz com feijão e um punhado de beatas na lareira,
crepitando os sons mórbidos de tantas noites fechadas no porão obscuro da sapiência.
Se o Sol frenético vier beijando as clorofilas num gole de vida,
se a chuva inundar de força e gratidão os caules secos e
o deus maior me der sem tréguas um pouco de chão bom pra me espraiar,
terei a rodos feijão e arroz, pra me banquetear em festins soberbos de “Alzheimer “e solidão.
Nascemos todos dum mesmo firmamento,
com uma máxima escrita nas linhas do saber...
Aprender
É lembrar...
Ensinar
É mostrar aos outros que sabem tanto como nós ..


Regensburg
06-04-10
Beija-flor



terça-feira, 6 de abril de 2010

DUETO DE EMOÇÕES


                      
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                       DUETO DE EMOÇÕES

\"Em vez de palavras ofereceste-me uma pedra. deslizei para o chão e senti na cabeça apagada o som de Bob Marley. Não sei quanto tempo fiquei na soleira da porta, aguardando uma qualquer resolução.
Dizimei o trigo e o incenso e fechei a mão sem ponto cardeal no cabelo perdido do silêncio. desfiz as malas das palavras mutantes das lajes, e imolei-me na lua vermelha como bola de fogo que esculpi no sangue quebrado do sono

Como bala certeira e invisível me cruzaste os dogmas, guilhotina de silêncios destilados em soberbos chicotes de raiva, tumbas floridas pelos lilases das minhas emoções.
Quis beber desse fogo ardente nas cearas fulgurantes da musica auspiciosa que te corria no espanto, acordar-te do sono fútil dessa frieza crua, cruel e desordeira.
Deambulei tricotando o áspero dos dias, numa fome mortífera e metamórfica, esperando em gemidos espremidos não sei quantos milagres, que julguei apresentarem-se ali, nas cavernas aprisionadas da soleira da porta.

Sabia-te enlutado na escarpa calcinada da chuva enquanto eu não passava dum betume encurralado de corcel. Abri a cauda frenética da porta do enxofre e vi o teu olhar como peixe de musgo disfarçado de vinho. Estendi-te a mão na lâmpada clandestina do poema e cosi-te as mãos rasgadas de desordem. Como ímpeto de converter a terra ressequida, enterrámos o fumo da seiva na cal da vaga e mudámos a cor da espiga no papel do pássaro, na vontade de existirmos como espasmo gótico da humanidade"
EDUARDA /BEIJA-FLOR
 05-04-10

sábado, 3 de abril de 2010

SOLIDÃO É UM LUGAR

Image and video hosting by TinyPicSOLIDÃO É UM LUGAR

Fiquei preso a uma nesga de céu,
contemplando a gestação das estrelas que surgem do nada,
como por magia.
Amarrei meus medos
nos tentáculos mais ofuscantes daquele céu, esperando que a vigorosa madrugada
nos prenúncios verdes dos pinheiros,
os levasse num safanão,
para esse lugar onde as estrelas diurnam...
Parece terem passado eternidades em dilemas rodopiantes.
Quero aspirar o som da maresia,
beber todos os segredos que há na terra,
esculpir sorrisos no vento e
escrever poesia nas ondas do mar.
Quero a força dos tremores auspiciosos das entranhas da terra,
sacudindo o meu corpo adormecido sem forças para voar...
Que estupidez,
Quem me disse que podia voar,
bem,esse...
Nunca me levou aos céus,
e as promessas foram crenças agarradas às rédeas duma nequícia esperança.
Aqui estou abandonado,
(se alguma vez tive companhia) e despojar-me-ei das setas sangrentas que me rasgam o orgulho.
Como doem estas malditas feridas...
Como sardas salpicadas no rosto dum Deus maior, vão nascendo uma a uma,
no céu da minha ilusão!

Estou aqui sozinho,
Porque a solidão não é um tempo,
É um lugar.

Beija-Flor
03-04-10
Beija-flor